terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Princípios da arquitetura

Em 10/02/2015:

Citaremos, minimamente, três princípios que se estendem à arquitetos e estudantes de arquitetura: a verdade, o compromisso e o respeito. São princípios éticos que se estendem também e além das fronteiras disciplinares da arquitetura.

1. A verdade:

A verdade na arquitetura vem da consciência de cada arquiteto. Premissa ética que rege as relações sociais, que no campo ou disciplina da arquitetura, expressa a relação do arquiteto com premissas básicas da própria arquitetura: o contexto, a história, os materiais utilizados, etc.. 

A verdade se torna o discurso técnico-teórico do arquiteto, visão de sua produção arquitetônica, e por corolário, de sua visão de cidade e mundo. É sua posição política, sua inserção na sociedade. 

Não existe uma arquitetura de mentira, mas sim, sempre uma verdade por detrás de cada arquitetura!

2. O compromisso:

O compromisso se reflete na produção do arquiteto: Que arquitetura ele quer fazer? Para quê e para quem? Perguntas que definem o programa ético, político, social, econômico e profissional de cada arquiteto. 

O compromisso está ligado à verdade na arquitetura pela presença da própria arquitetura ao longo do território urbano. A cidade é o espelho de vários tipos de compromissos; verdadeiros ou não, são no mínimo, amostras das consciências de seus criadores.

3. O respeito:

O respeito é o grau, em última instância, das verdades e compromissos de cada arquiteto com a arquitetura que este produz para a cidade. A forma como ele atua sobre o solo da cidade, com sua história e cultura define o quão é respeitoso este arquiteto com o contexto que o rodeia.  


Inhotin (2012) - Clique para ampliar.


  

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Projetar e planejar

Em 08/02/2015:

"Projetar em arquitetura e urbanismo é planejar. Não se projeta e planeja para se resolver problemas, mas, para se evitar problemas!"

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Morrer uma vez

Em 06/02/2015:




"Não se morre somente pelo físico.
A alma, o espírito, também padece de sua morte.

Já diziam sábios, filósofos, religiosos e charlatões idem,
Que o corpo físico carece da alma.

A alma, estado etéreo e subjetivo do ser nos faz quem somos.
O corpo, esta casca, matéria estética envelhece no tempo; desgasta!

A alma culta, pelo contrário, cresce no tempo. A alma fútil,
Por sua vez, se perde no tempo.

Por fim, quem busca o tempo, para este, a Morte, Senhora do Tempo, desgasta o físico,
Mas não a alma".



quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Música do filme de animação "O conto da princesa Kaguya", do estúdio Gibli

Em 29/01/2015:

O filme/animação é mais uma obra de arte do Studio Gibli, e a letra dessa música é triste e ao mesmo tempo esperançosa:


"A alegria que senti quando te toquei
foi muito profunda
e infiltrou-se
em cada canto desse corpo.

Mesmo se eu estiver muito longe
e não entenda mais nada
mesmo quando chegar o tempo dessa vida acabar
tudo o que há agora é tudo o que houve no passado.

Nós nos encontraremos novamente, tenho certeza
em algum lugar nostálgico.

O calor que você me deu
no fundo, lá no fundo
vem a mim agora, completo
de um tempo distante.

Firmemente no meu coração
as chamas da paixão iluminam
e suavemente acalmam minha dor.

Nas profundezas da minha tristeza
tudo agora
é esperança pelo futuro.

Eu lembrarei, tenho certeza
em algum lugar nostálgico.

Tudo o que há agora
é tudo o que houve no passado.

Nós nos encontraremos novamente, tenho certeza
em algum lugar nostálgico.

Tudo o que há agora
é tudo o que houve no passado.

Nós nos encontraremos novamente, tenho certeza
em algum lugar nostálgico".

(música - versão traduzida do japonês - que encerra o filme de animação "O conto da Princesa Kaguya"  (Kaguya-hime no Monogatari), do Studio Gibli e que concorre ao Oscar 2015, em sua categoria).


Os três arquitetos

Em 29/01/2015:

Como diz o arquiteto e grande  amigo Jorge Paiva, existem três tipos de arquitetos:

"- Primeiro, aquele que ama a arquitetura, mas, não é lá bom em projetar, ou não gosta mesmo. Prefere as discussões teóricas da profissão;
- O segundo é aquele que é o bom projetista, rápido e de pensamento lógico, mas, não ama a arquitetura. Arquitetura é sua profissão e só;
- E o terceiro, que une estes dois tipos, ama o que faz e tem o rigor da técnica do projetar".

O que transcrevi acima é uma interpretação livre da fala do amigo Jorge, em sua sabedoria. Mas espelha, em grande medida, a formação e os caminhos dos novos arquitetos que saem de nossas escolas de arquitetura. Alcançar ou ser o terceiro tipo de arquiteto, aquele que une a técnica com o que se ama é o salto qualitativo que nos falta. 

O ensino por sua vez, é a obrigação, ou destino, para alguns, de quem sabe. Ensinar não é para aventureiros, ou para aqueles que se encaixam naquela rancorosa frase de "quem sabe faz e quem não sabe ensina!". Pelo contrário, cada vez mais percebo a necessidade do saber da profissão no ensino da arquitetura. De um lastro, de uma experiência vivida que vira ensino. Isto é, de certa forma, uma representação possível do terceiro tipo de arquiteto, que é, por fim, uma busca eterna em nossa formação.               

                           

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Ouvindo-a

Em 28/01/2015:

"Ouvindo o coração, eu ouço! E vejo.
A vejo deitada sobre meu peito, ouvindo-me.
Ouço sua respiração.
A vejo me olhando;
Fitando meus olhos e esperando-me.
Esperando-me ouvi-la"



sábado, 24 de janeiro de 2015

Idades do saber

Em 24/01/2015:

Belíssima descrição das idades do saber de Roland Barthes, em seu texto "Aula":

"Há uma idade em que se ensina o que se sabe; mas vem em seguida outra, em que se ensina o que não se sabe: isso se chama pesquisar. Vem talvez agora a idade de uma outra experiência, a de desaprender: de deixar trabalhar o remanejamento imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessamos. Essa experiência tem, creio eu, um nome ilustre e fora de moda, que ousarei tomar aqui sem complexo, na própria encruzilhada de sua etimologia: Sapientia: nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível" (BARTHES, Roland. Aula. Aula inaugural da cadeira de semiologia literária do Colégio de França, pronunciada dia 7 de janeiro de 1977. São Paulo: Cultrix, 2007).


Lapiseira Rotring 300 refletindo sobre o texto "Aula" de Roland Barthes

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Amor e ódio

Em 21/01/2015:

"Amor e ódio:

Amor e ódio são limiares da mesma coisa: a existência humana!
São opostos, mas, a fronteira entre ambos é uma linha tênue.
Misturam-se em vários momentos de insanidade.
Separados, são admnistráveis, quando possível.
Representam, por vezes, os opostos do Bem e do Mal. 
São duas fontes de poder e energia que alimentam a alma.
A grande e árdua tarefa está em domar estas energias, para que a alma não seja consumida".

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Amor de um sonho

Em 20/01/2015:

Sonho de amor,
Amor libidinoso,
Que não é amor
Mas, desejo!

Desejo de ter
Mas ter, não é amar!
Amar é ser o outro no coração,
No íntimo, no âmago do ser.
É ser o outro
Sem deixar de ser você.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Drones, novas tecnologias e o entendimento da cidade

Em 17/01/2015:

Em recente artigo publicado  no site Archdaily Brasil (http://www.archdaily.com.br/br/760305/a-cidade-tridimensional-como-os-drones-impactarao-a-paisagem-urbana-no-futuro), o autor, Evan Raw, discuti como a utilização cada vez maior dos drones pode afetar, no tempo, a forma de percebermos a paisagem à nossa volta. Muda-se a maneira de ver o mundo, sua escala e relações. 

Esta Era da apreensão das grandes escalas da paisagem, iniciou-se com o advento da Google e seus softwares de imagens globais, como o Google Earth, o Maps e, o derivado de ambos, o grande projeto do Google Street View. Estes softwares da Google, vem, em grande medida, substituir os levantamentos aéreos fotografados, estáticos e de acesso restrito, quando não, indisponíveis como documentos de segurança nacional. A popularização pelo uso on-line desses programas muda, forçosamente, o modo e as possibilidades de leitura do espaço, principalmente do espaço urbano. 

A forma dinâmica e interativa do uso dos drones, por exemplo, dá ao estudo da forna urbana, ou morfologia urbana, a tridimensionalidade de seu desenho, limitado até os dias de hoje, à bidimensionalidade de mapas e plantas das cidades ou seus fragmentos. Esta tridimensionalidade, aproxima, por assim, o entendimento da morfologia urbana da paisagem urbana, este último, necessariamente entendido como uma construção tridimensional. Por fim, estes novos instrumentos do estudo urbano do século XXI, aproximam estas duas grandes leituras da cidade, ou grandes narrativas, da própria arquitetura como elemento primário de sua constituição. 

A questão da invasão de privacidade e a constante sensação (cada vez maior) de sermos vigiados por todos os lados e tipos de olhos, é fundo para outras discussões...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

ELA

Em 05/01/2015:


"ELA

Ao fechar os olhos, eu me lembro dela...
Seu nome vagueia por minha boca
Pois, a saudade que sinto, não cabe no mundo!

O amor é perverso com a alma despreparada,
Ou com a alma incondicional.

Amor, em palavra, em significado,
Hoje, é dito da boca para fora!
Amor leviano, como leviana é a dor".

sábado, 3 de janeiro de 2015

O desenho e as grandes narrativas

Hoje:

"O desenho é o meio, pelo qual, as grandes narrativas da arquitetura e do urbanismo tem a possibilidade de se interligar, de forma prática. Ele está no início, como parte do processo de criação, no meio, ao longo do processo de desenvolvimento e, no fim, como base da execução e elemento de interpretação histórica".


"Pintar pessoas e pintar cidades"

 Em 02/01/2015:

Dias atrás, meu sobrinho Lucas, atualmente com cinco anos, disse que quando crescer, quer ser artista. Hoje, perguntei-lhe:

- Mas que arte você quer fazer?

Disse-me ele:

- Quero pintar pessoas e pintar cidades!