quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Origens do discurso estético de direita x esquerda

Em 25/02/2016 Por conta de uma postagem que fiz, no dia 24/02/2016 sobre a questão estética de direita que o Sr. Dória, prefeito de São Paulo, representa, recebi um comentário pertinente de um colega professor, de orientação política de direita, mas que é contrário à posição arrogante do prefeito Dória com relação aos grafites apagados das ruas de São Paulo. Para dirimir qualquer dúvida do que eu escrevi e por ter sido questionado pelo colega, respondi-o nos comentários para explicar o que havia postado (de forma curta e grossa, admito!). Por orientação de uma amiga arquiteta, transformei o comentário em uma postagem, que segue abaixo (mas editada para esse fim): "Esqueça qualquer discurso marxista ao qual pareça o que vou escrever, mesmo que as bases históricas críticas quanto a isso sejam marxistas. Mas as origens modernas da direita e da esquerda vieram do embate entre os novos direitos conquistados pela burguesia, em meados do séc. XIX, sendo de um lado, uma parte dessa burguesia com dinheiro mas sem status de nobreza, e de outro, uma burguesia que via em sua posição a possibilidade de melhorias nas condições sociais e de trabalho. Um novo status carece de uma estética que a represente. De um lado, pode ser imposta como uma emulação de uma nobreza nunca alcançada mas desejada, e de outro lado, uma construção entre pares ou mesmo diferentes, ou seja, uma construção social. O que se propõem Dória, e os que ele representa, é uma imposição de gosto pessoal, um status de uma nobreza que nunca será alcançada, ao invés, por exemplo, na gestão do Haddad (e de outros anteriores) onde o grafite, como exemplo estético de nossa discussão e enquanto reconhecido pelo poder público, foi uma construção social, buscando em sua essência a beleza para uma cidade historicamente e metaforicamente cinza. Não foi decisão imposta, e sim, conversada e levada a cabo (soube que até houve uma resistência inicial quanto a isso na gestão do Haddad, mas que viram o erro que cometeriam em negar essa parcela da cidade). Sei que nisso vc concorda comigo, pois conheço sua atitude rock'roll, que os "pichos" são expressões de uma juventude sem voz. E quando a gente se lembra disso, de vários que foram negados a cidade, apagar sua voz, calar sua arte beira o crime. Já que ele gosta tanto do Romero Brito e sua arte de capa de caderno, não custava nada (em termos...) dar a ele um espaço na cidade para pintar, como foi o Kobra no Rio de Janeiro. A imposição do gosto da direita que assumiu o mando de SP é a marca de uma imposição de voz, do que a marca de uma construção de vozes".

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