terça-feira, 3 de janeiro de 2017

"A condição contemporânea da arquitetura" - Josep Maria Montaner

E seu recente livro "A condição contemporânea da arquitetura", o arquiteto, crítico e historiador Josep Maria Montaner, retoma a proposta de enquadramento de tendencias da arquitetura em grandes temas, como havia feito em seu empreendimento histórico anterior, o livro "Depois do movimento moderno: Arquitetura da segunda metade do séc. XX", de 1993. Nesse novo livro, ele trabalha com cinco grandes temas, além de arquitetos e arquiteturas exemplares para entender e organizar a produção da arquitetura dos fins do séc. XX até o primeiro quarto de século, no qual estamos.

Seriam eles:

- A arquitetura high-tech e de suportes, com base no racionalismo modernista;
- Um arquitetura organicista, de forte expressão formal;
- A arquitetura baseada na "memória, nos monumentos e no contexto urbano" [na qual, incluo minhas pesquisas teóricas e práticas];
- Uma arquitetura experimental, baseada em "fragmentos" e em outros contextos,
- E a grande novidade, segundo ele, da arquitetura da fenomenologia, preocupada com o "valor da experiência e a percepção dos sentidos".

Em seu primeiro capitulo, sobre a "A continuidade do racionalismo e dos princípios modernistas", há espaço para as obras de Paulo Mendes da Rocha, sobre o quel ele ainda teima em enquadrar como produzindo arquiteturas de cunho minimalista, desde seu livro anterior. A arquitetura de Paulo Mendes da Rocha está muito ligada ao ato de construir, de edificar, na arquitetura enquanto (quase) ciência de construir o mundo; com fortes bases no modernismo racionalista dado pela tecnologia dos princípios do Séc. XX, onde o domínio do ato de projetar é também o domínio do construir o espaço. O minimalismo, se é que é relevante em sua produção, é uma consequência e não meio nem fim de seus projetos. E dentre as obras apontadas de Paulo Mendes, o Museu do Cais das Artes, em Vitória (ES), uma obra que mesmo em 2017, ainda está incompleta e sem data para ser inaugurada.
É um livro curto (nas dimensões e que você consegue ler todo em um dia), de rápida leitura (mas que carece do leitor uma introdução da história da arquitetura do séc. XX), onde Montaner não se aprofunda muito no(s) tema (s), diferente de como fez na primeira empreitada sobre a história da arquitetura depois da segunda metade do séc. XX. Mas, que te põe a pensar e a refletir nos rumos que a arquitetura vem tomando nos últimos anos e as perspectivas para o futuro.


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