Em 13/06/2016:
Ao longo de minha vida acadêmica e profissional enquanto arquiteto-urbanista, cansei de ouvir a velha piada que não para de ser repetida, que o "arquiteto é o cara que não foi homem suficiente para ser engenheiro e nem mulher para ser artista plástico"... Piada surrada e sem criatividade a cada nova versão que escutei na vida. E ainda descubro, a pouco tempo, que ela não se limita à cultura do pré-conceito brasileiro, mas também está presente na vida dos nossos irmãos-vizinhos latinos...
Tive ao longo de minha vida profissional vários colegas gays (homens e mulheres), mas somente quando me tornei professor de arquitetura, a partir de 2010, que convivi, de forma mais próxima, com as incertezas, tristezas e agruras do ser "diferente", através de vários alunos que passaram por mim, em minhas aulas, e eram e são declaradamente homossexuais. Essa convivência me fez mais ainda respeitá-los pelo que são. Pela força de ter de enfrentar a sociedade machista e preconceituosa em que vivemos e que, nesse momento estranho da democracia brasileira, está a caça de demônios para atear fogo, seja através de palavras, de ameaças ou de violência e morte.
Sou heterossexual, e ser hétero, não me faz ser melhor do que os outros, ou de um gay, por exemplo. Me faz ser diferente, diverso na verdade, dentre tantas diferenças ou diversidades que permeiam nossa sociedade (brasileira, mundial etc.). Presenciei e presencio todos os dias o pré-conceito na minha vida social, profissional e acadêmica em que me incluo. O Pré-conceito quando transformado em verdade absoluta, pautada na ignorância cultural, na falta de respeito pelo outro ou na visão distorcida de doutrinas religiosas, só têm o fim na violência.
Aprendi com esses meninos e meninas, com os colegas da vida profissional (arquitetos e professores) que mesmo as agruras do ser "diferente" aos olhos de uma sociedade como a nossa, não os impede de serem felizes como são. E essa é a melhor parte! Dividir com eles a alegria da vida, o sentimento de amor pelos parceiros, as angústias também e, principalmente, a imensa inteligência que possuem.
Se temos o direito de medir as pessoas que seja por sua inteligência e o poder de compartilha-la com todos nós.
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