domingo, 19 de junho de 2016

Exposição "Tudo o que não invento é falso" de Rick Rodrigues. Crítica:

Humildemente, adentro a área da crítica de artes, sem contudo, querer ser ou ter expertise como tal. Valho-me de meu mundo envolto em arte da arquitetura, da academia, de minha formação e de minha origem como filho de artista/professora de Artes Plásticas da UFES, a senhora minha mãe Dilzete Dias. O que transcrevo aqui, são sensações e curiosidades de quem aprecia e participa desse mundo, direta ou indiretamente. 

A exposição de Rick Rodrigues, a qual e o qual conheci pela internet/facebook me deixou curioso primeiramente, pelo título: "Tudo o que não invento é falso". Nessa frase, retirada do poeta Manuel de Barros, Rick resume as afirmações de um artista que tem, em sua produção, as certezas concretas do que produz. Quanto aos outros, não cabe-lhe julgar; somente o que faz. O teste é transformar em realidade sua imaginação e seus sonhos.

Ao adentrar a exposição de Rick Rodrigues, na tradicional galeria Homero Massena, na região da Cidade Alta, em Vitória, nos deparamos como um conjunto de desenhos belamente e cuidadosamente emoldurados/conservados em acrílico, lenços bordados e uma série de miniaturas de mobiliários, bonecos e miudezas coloridas, de declarado apelo pop mas, parte da coleção particular de Rick que une nessa exposição, desenho e intervenção no espaço ou no mini-espaço. 

Seus desenhos expressam a delicadeza infantil que perdemos com o passar dos anos; finos traços invisíveis em vermelho e azul dão o tom dos desenhos, onde também se inserem experimentações com texturas sobre o papel Canson como nuvens, fumaças ou interrupções diáfanas sobre o papel. Os elementos desenhados se seguem algo, é o sonhar e a liberdade de expressão criativa e cativante, que abre mil possibilidades interpretativas. Em certos momentos, invocam os mini-mobiliários enquanto elementos lúdicos e de composição, em outros, sonhos fantásticos dos contos infantis. 

Sua coleção particular de miniaturas de mobiliários surge como intervenção espacial, criação artística de ambientes imaginários, modificáveis com o mexer das mãos. Belas peças de madeira e plástico que, para alguém como eu, acostumado com maquetes arquitetônicas, é um prato cheio, diga-se de passagem! 

Uma exposição que mexe com o imaginário lúdico infantil mas que nos faz, adultos, pensar como a arte pode ser intrigante, lúdica, criativa e aberta com poucos elementos. 













Nenhum comentário:

Postar um comentário