sexta-feira, 24 de junho de 2016

Quatro faces

Quatro faces de um mesmo eu
Persona
Personas
Coisas e seres
Dentro do receptáculo corpóreo
Essência da existência
Da vontade de ser
Que é
Que foi
E será!
Uno em volta de vários
Dentro de si
Com todos.

Às voltas em voltas e retornos
Em idas para outros lugares
Distantes e próximos
Sozinho e cheio.
Indo em frente,
Mas pensando no antes...

domingo, 19 de junho de 2016

Exposição "Tudo o que não invento é falso" de Rick Rodrigues. Crítica:

Humildemente, adentro a área da crítica de artes, sem contudo, querer ser ou ter expertise como tal. Valho-me de meu mundo envolto em arte da arquitetura, da academia, de minha formação e de minha origem como filho de artista/professora de Artes Plásticas da UFES, a senhora minha mãe Dilzete Dias. O que transcrevo aqui, são sensações e curiosidades de quem aprecia e participa desse mundo, direta ou indiretamente. 

A exposição de Rick Rodrigues, a qual e o qual conheci pela internet/facebook me deixou curioso primeiramente, pelo título: "Tudo o que não invento é falso". Nessa frase, retirada do poeta Manuel de Barros, Rick resume as afirmações de um artista que tem, em sua produção, as certezas concretas do que produz. Quanto aos outros, não cabe-lhe julgar; somente o que faz. O teste é transformar em realidade sua imaginação e seus sonhos.

Ao adentrar a exposição de Rick Rodrigues, na tradicional galeria Homero Massena, na região da Cidade Alta, em Vitória, nos deparamos como um conjunto de desenhos belamente e cuidadosamente emoldurados/conservados em acrílico, lenços bordados e uma série de miniaturas de mobiliários, bonecos e miudezas coloridas, de declarado apelo pop mas, parte da coleção particular de Rick que une nessa exposição, desenho e intervenção no espaço ou no mini-espaço. 

Seus desenhos expressam a delicadeza infantil que perdemos com o passar dos anos; finos traços invisíveis em vermelho e azul dão o tom dos desenhos, onde também se inserem experimentações com texturas sobre o papel Canson como nuvens, fumaças ou interrupções diáfanas sobre o papel. Os elementos desenhados se seguem algo, é o sonhar e a liberdade de expressão criativa e cativante, que abre mil possibilidades interpretativas. Em certos momentos, invocam os mini-mobiliários enquanto elementos lúdicos e de composição, em outros, sonhos fantásticos dos contos infantis. 

Sua coleção particular de miniaturas de mobiliários surge como intervenção espacial, criação artística de ambientes imaginários, modificáveis com o mexer das mãos. Belas peças de madeira e plástico que, para alguém como eu, acostumado com maquetes arquitetônicas, é um prato cheio, diga-se de passagem! 

Uma exposição que mexe com o imaginário lúdico infantil mas que nos faz, adultos, pensar como a arte pode ser intrigante, lúdica, criativa e aberta com poucos elementos. 













terça-feira, 14 de junho de 2016

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Pré-conceito

Em 13/06/2016:

Ao longo de minha vida acadêmica e profissional enquanto arquiteto-urbanista, cansei de ouvir a velha piada que não para de ser repetida, que o "arquiteto é o cara que não foi homem suficiente para ser engenheiro e nem mulher para ser artista plástico"... Piada surrada e sem criatividade a cada nova versão que escutei na vida. E ainda descubro, a pouco tempo, que ela não se limita à cultura do pré-conceito brasileiro, mas também está presente na vida dos nossos irmãos-vizinhos latinos...

Tive ao longo de minha vida profissional vários colegas gays (homens e mulheres), mas somente quando me tornei professor de arquitetura, a partir de 2010, que convivi, de forma mais próxima, com as incertezas, tristezas e agruras do ser "diferente", através de vários alunos que passaram por mim, em minhas aulas, e eram e são declaradamente homossexuais. Essa convivência me fez mais ainda respeitá-los pelo que são. Pela força de ter de enfrentar a sociedade machista e preconceituosa em que vivemos e que, nesse momento estranho da democracia brasileira, está a caça de demônios para atear fogo, seja através de palavras, de ameaças ou de violência e morte.

Sou heterossexual, e ser hétero, não me faz ser melhor do que os outros, ou de um gay, por exemplo. Me faz ser diferente, diverso na verdade, dentre tantas diferenças ou diversidades que permeiam nossa sociedade (brasileira, mundial etc.). Presenciei e presencio todos os dias o pré-conceito na  minha vida social, profissional e acadêmica em que me incluo. O Pré-conceito quando transformado em verdade absoluta, pautada na ignorância cultural, na falta de respeito pelo outro ou na visão distorcida de doutrinas religiosas, só têm o fim na violência.

Aprendi com esses meninos e meninas, com os colegas da vida profissional (arquitetos e professores) que mesmo as agruras do ser "diferente" aos olhos de uma sociedade como a nossa, não os impede de serem felizes como são. E essa é a melhor parte! Dividir com eles a alegria da vida, o sentimento de amor pelos parceiros, as angústias também e, principalmente, a imensa inteligência que possuem.

Se temos o direito de medir as pessoas que seja por sua inteligência e o poder de compartilha-la com todos nós.    

  

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Criar no vazio

Em 06/06/2016:

Criar um projeto sem conhecer corretamente o lugar em que se inscreve, é criar no vazio!