Em 16/11/2015:
As três escalas do lugar estão para as três relações do eu com o outro:
- A do objeto ~ eu comigo mesmo!
- A do local ~ eu com o próximo!
- A do contexto ~ eu com todos nós!
Tratar do lugar é tratar também das relações criadas entre arquitetura e a cidade, e os habitantes de cada uma.
Um eu da alma... Pequenos textos, poesias, pensamentos autorais de arquitetura, cidade, outros... by Fabiano Vieira Dias
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
domingo, 8 de novembro de 2015
O livro do universo, em Sandman - Prelúdio, de Neil Gaiman
Em 08/11/2015:
"Imagine um livro.
Imagine um livro que
contém tudo que está
acontecendo, tudo que já
aconteceu, tudo o que acontecerá. Não há nada
que exista que não esteja escrito nesse livro.
O livro é pesado. Sua capa
é de um couro, feito de pele de
um animal que jamais existiu.
Os únicos olhos que o
leem são cegos. Veem
apenas trevas e o conteúdo
de suas páginas.
O volume é o universo, e
apenas o cego Destino vê o
universo assumir a forma de
histórias. Talvez seja o único
ser que leia todas as as histórias
que o universo tece.
O tomo está acorrentado
a ele. Se com o intento de
proteção para impedir que seu
proprietário escape ou para
indicar que ambos são uma
única entidade, nem mesmo ele
sabe, nem pode dizer.
O Destino carrega o universo.
É raro, mas não chega a ser
novidade que o Perpétuo leia a
respeito de si no livro. Afinal, ele
é, à sua maneira, um habitante do
universo. Agora, vira uma página e
lê a seu respeito".
(GAIMAN, Neil. Sandman: prelúdio. Barueri, SP: Panini Books, 2015, pag. 12)
"Imagine um livro.
Imagine um livro que
contém tudo que está
acontecendo, tudo que já
aconteceu, tudo o que acontecerá. Não há nada
que exista que não esteja escrito nesse livro.
O livro é pesado. Sua capa
é de um couro, feito de pele de
um animal que jamais existiu.
Os únicos olhos que o
leem são cegos. Veem
apenas trevas e o conteúdo
de suas páginas.
O volume é o universo, e
apenas o cego Destino vê o
universo assumir a forma de
histórias. Talvez seja o único
ser que leia todas as as histórias
que o universo tece.
O tomo está acorrentado
a ele. Se com o intento de
proteção para impedir que seu
proprietário escape ou para
indicar que ambos são uma
única entidade, nem mesmo ele
sabe, nem pode dizer.
O Destino carrega o universo.
É raro, mas não chega a ser
novidade que o Perpétuo leia a
respeito de si no livro. Afinal, ele
é, à sua maneira, um habitante do
universo. Agora, vira uma página e
lê a seu respeito".
(GAIMAN, Neil. Sandman: prelúdio. Barueri, SP: Panini Books, 2015, pag. 12)
terça-feira, 27 de outubro de 2015
O mofo!
Em 27/10/2015:
O mofo!
Bem disse Symone, irmã de Kleber:
"Tudo mofa!"
Mas,
Só não mofa
O mofo
Que já é mofado!
O café sobre a mesa
o tempo levou o calor.
A sala de ar condicionado
Do ar que não se renova
No tempo,
Trouxe o mofo.
Fez ele brotar no café.
Pontos verdes sobre fundo preto.
Ou será marrom, cor de café?
Mas o certo é que,
Da piada do mofo,
veio o poema despretensioso.
Mas o mofo permanece,
até o café ser jogado fora.
O mofo!
Bem disse Symone, irmã de Kleber:
"Tudo mofa!"
Mas,
Só não mofa
O mofo
Que já é mofado!
O café sobre a mesa
o tempo levou o calor.
A sala de ar condicionado
Do ar que não se renova
No tempo,
Trouxe o mofo.
Fez ele brotar no café.
Pontos verdes sobre fundo preto.
Ou será marrom, cor de café?
Mas o certo é que,
Da piada do mofo,
veio o poema despretensioso.
Mas o mofo permanece,
até o café ser jogado fora.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Sol Quente
Em 14/10/2015:
"Sol quente...
Grama queimada.
A paisagem fica marrom
Árida e empoeirada.
O vento não refresca
Mas espalha!
Espalha o calor
Movimenta e faz mais calor.
Dilata as coisas e o tempo.
As coisas ficam lentas e o tempo comprido.
O dia passa devagar querendo a noite
Querendo frescor
A sombra da Lua
O mar está ali, logo ali...
Mas e o tempo para ir ao mar?
Dilatou com o Sol
À espera da noite".
"Sol quente...
Grama queimada.
A paisagem fica marrom
Árida e empoeirada.
O vento não refresca
Mas espalha!
Espalha o calor
Movimenta e faz mais calor.
Dilata as coisas e o tempo.
As coisas ficam lentas e o tempo comprido.
O dia passa devagar querendo a noite
Querendo frescor
A sombra da Lua
O mar está ali, logo ali...
Mas e o tempo para ir ao mar?
Dilatou com o Sol
À espera da noite".
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Segunda Guerra
70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial...que ela nunca mais se repita pelo bem da humanidade.
sábado, 11 de julho de 2015
Filhos que não são gente
Em 06/07/2015:
Carola e Snif são de Regiane
Filhos que não são gente!
Mais que cãezinhos,
Mais que companhia,
Mais que animais,
São espelhos de nossa alma.
Inocente na origem
Que se desregra no tempo.
Carola se foi...
Snif faz estripulias,
Brinca com a meia de Regiane
E se acha o dono de nós.
De nós não é,
Mas de nossa alma
Já é dono há muito tempo.
Carola e Snif são de Regiane
Filhos que não são gente!
Mais que cãezinhos,
Mais que companhia,
Mais que animais,
São espelhos de nossa alma.
Inocente na origem
Que se desregra no tempo.
Carola se foi...
Snif faz estripulias,
Brinca com a meia de Regiane
E se acha o dono de nós.
De nós não é,
Mas de nossa alma
Já é dono há muito tempo.
Carola e Snif. |
sexta-feira, 26 de junho de 2015
quarta-feira, 24 de junho de 2015
A morte da cidade?
Em 20/06/2015:
Em recente artigo publicado em A Gazeta, na seção
Opinião de 17 de Junho do corrente ano, falou-se da “Morte da cidade”. Não, não...
A cidade não está morta, e sim, viva e pulsante, e cheia de contradições.
Engana-se o colega arquiteto ao declarar a morte do urbanismo pela preservação
ou criação de áreas verdes, em detrimento do crescimento urbano. Ambas, nos
dias atuais, são essenciais à vida urbana, ou urbanidade que tanto defende o
colega.
Até a Idade Média, as cidades europeias que
posteriormente nos originaram culturalmente e urbanisticamente, tinham a
natureza como elemento estranho à vida urbana, misteriosa, espaço extramuros do
temor e do sagrado. A descoberta do Novo Mundo das Américas traz um novo olhar
sobre a natureza: do Jardim do Éden bíblico, para onde o homem, por direito,
deveria retornar. Este retorno foi, primeiramente, pela conquista, seguido do
domínio e, posteriormente, do controle e exploração. Nos dias atuais, esta sequência da preponderância do homem sobre a natureza alcançou níveis
alarmantes de degradação do meio ambiente, fato exaustivamente debatido nas
últimas décadas.
O arquiteto italiano Renzo Piano, em seu livro Renzo Piano: sustainable architectures =
arquitecturas sostenibles, de 1998,
defende que a cidade é, na verdade, uma
segunda natureza, própria do homem, mas indissociável da primeira e originária.
A cidade como segunda natureza só é possível se ela for uma interpretação da
primeira, segundo o autor. Preservar o ambiente não atrapalha a urbanidade. A
natureza completa a cidade e sua arquitetura; dá sentido a existência de ambas,
já que a natureza foi sua origem, historicamente.
O que mata a cidade são planos diretores urbanos
que não entendem as peculiaridades de cada região, de cada cidade e seus
lugares. Que transformam a cidade em um mapa plano, objeto sem fisicalidade,
passível de ter zoneamentos copiados de um plano a outro, de forma
indiscriminada e irresponsável. A natureza, ou o meio ambiente natural e
humano-construído está além dos planos diretores. É parte de nossa história
urbana, de nossa origem como humanos e deve ser preservada para que possamos
chamar nosso lar de cidade.
Vista, em um dia nublado, da Grande Vitória, a partir do mirante do bairro Conquista (2005) |
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Reencontro (poema para Regiane)
Em 17/06/2015:
Reencontrei você!
Onde você estava?
Mesmo longe, mas não distante,
Sabia de você.
Onde você estava?
Mesmo longe, mas não distante,
Sabia de você.
Outros me falavam e eu ouvia.
E sabia!
E sabia!
Sabia que estavas lá, mesmo eu aqui.
Seu mundo fazia parte do meu
Fez no início e faz agora.
Seu mundo fazia parte do meu
Fez no início e faz agora.
Distante não estavas.
Somente estavas lá e eu aqui.
Somente estavas lá e eu aqui.
A distância não é longe perto de ti.
Te reencontrei e me reencontrei, ao mesmo tempo.
Te reencontrei e me reencontrei, ao mesmo tempo.
Estava longe de meu centro, mas reencontrei!
sábado, 13 de junho de 2015
sábado, 6 de junho de 2015
Tardes de Outono
Em 06/06/2015:
"Sempre gostei do Outono.
Nasci em Abril,
Latitude 21 graus, 19 minutos, 10 segundos. Sul. Na madrugada.
Meus primevos meses, foram outonais!
Dias ensolarados,
Às vezes nublados,
Às vezes chuvosos,
Às vezes frios...Prenúncio do inverno...
Mas lembro e sempre lembro
Das tardes amenas,
Do Sol inclinado e céu iluminado,
Uma luz diferente
Opaca, às vezes...
Que atenuava o dia e o deixava misterioso.
Período de renites,
mas a genética não é perfeita.
Tem que ser atenuada,
Igual às tardes de Outono".
"Sempre gostei do Outono.
Nasci em Abril,
Latitude 21 graus, 19 minutos, 10 segundos. Sul. Na madrugada.
Meus primevos meses, foram outonais!
Dias ensolarados,
Às vezes nublados,
Às vezes chuvosos,
Às vezes frios...Prenúncio do inverno...
Mas lembro e sempre lembro
Das tardes amenas,
Do Sol inclinado e céu iluminado,
Uma luz diferente
Opaca, às vezes...
Que atenuava o dia e o deixava misterioso.
Período de renites,
mas a genética não é perfeita.
Tem que ser atenuada,
Igual às tardes de Outono".
Eu! |
domingo, 31 de maio de 2015
As três escalas do lugar, em arquitetura
1. A escala do objeto arquitetônico e suas relações intrínsecas formais, funcionais e estruturais e com a escala e proporções humanas;
2. A escala local ou do entorno na relação do objeto arquitetônico e suas particularidades com os condicionantes locais e as normas edilícias urbanas;
3. A escala do urbano ou do contexto, onde a relação do objeto arquitetônico escapa de suas particularidades e se inter-relaciona com o meio que o circunda, seja ele físico (geográfico, natural, ambiental, construído, etc.) ou simbólico-significativo (a história local, sua arquitetura, suas relações sociais, econômicas e políticas, anseios e necessidades, símbolos e signos da cultura local, a paisagem, a memória, etc.). Escala da cidade.
Essas escalas são referenciais para o projeto arquitetônico. São graduações para se entender o lugar e o objeto arquitetônico a ser construído que, ao ser inserido nessas escalas graduais, deixa de ser um mero objeto e se torna parte de um todo, o qual chamaremos de cidade.
(OBS.: texto revisado em 21/01/2016)
(OBS.: texto revisado em 21/01/2016)
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Janelas d`alma
Em 17/05/2015:
"Cada lugar traz um desenho
Cada arquitetura descreve um desenho
Cada arquiteto, interpreta, em desenho.
O lugar é um desenho revelado
Sensível e olhado
De olhos que absorvem o mundo.
Riscam o lugar sobre o mundo
Criam outros mundos por mãos travessas
Que lutam contra a passividade e a indolência.
Toleram as diferenças que transformam em desenho.
O desenho é ato em silêncio mas não é mudo.
Conversa sobre o mundo, dialoga com o lugar.
No lugar, desenha-se uma janela...
O lugar, desenha-se por uma janela...
Desenha-se a alma, para o lugar".
"Cada lugar traz um desenho
Cada arquitetura descreve um desenho
Cada arquiteto, interpreta, em desenho.
O lugar é um desenho revelado
Sensível e olhado
De olhos que absorvem o mundo.
Riscam o lugar sobre o mundo
Criam outros mundos por mãos travessas
Que lutam contra a passividade e a indolência.
Toleram as diferenças que transformam em desenho.
O desenho é ato em silêncio mas não é mudo.
Conversa sobre o mundo, dialoga com o lugar.
No lugar, desenha-se uma janela...
O lugar, desenha-se por uma janela...
Desenha-se a alma, para o lugar".
Assinar:
Postagens (Atom)