sexta-feira, 1 de maio de 2015

As curvas de Oscar

Em 28/04/2015:

"Oscar tem nas curvas sua geometria.
A curva se sobrepõe à reta!
A reta é geográfica: no mundo esférico,
Nada é reto!
A reta é curva no fim do mundo...

Do mestre aprende-se que o entorno é cultural,
Escapa do olhar e está na imaginação e sensibilidade.

A imaginação não é uma linha reta, por mais que eu tema em ser...
É fluída, variável e até inconstante.
É misteriosa como um caminho tortuoso de curvas.
É uma curva!
Ou várias curvas...

É o Oscar que teve mais de 100 anos acompanhado de curvas.

Os olhos passeiam pelas linhas sinuosas,
Sensuais...
Eróticas...
Humanas...
Do homem.
De alguém que esteve aqui e deixou sua marca,
Seu símbolo conversando com a natureza..."

Detalhe das curvas da fachada do Ed. Niemeyer, em Belo Horizonte. Ano de 2012.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Professor, aluno e o ensino: o real versus o incógnito

Em 15/04/2015:

No dia de ontem (14/04), ouvi e participei de uma rápida conversa entre duas alunas minhas, do primeiro período do Curso de Arquitetura e Urbanismo, já no horário da saída. De modo muito esclarecido, a aluna argumentava com a colega que "quem faz o professor é o aluno/turma", ou seja, a resposta do professor e o modo dele conseguir passar, ensinar e fazer apreender o conteúdo, em grande medida, depende da qualidade do interesse da turma e seus alunos.

Nesses quase cinco anos em que estou lecionando como professor do ensino superior, percebo como turmas diferentes reagem ao mesmo conteúdo de forma também diferente. É uma constatação que não é somente minha, logicamente!

Nas reuniões semestrais ou mesmos nos treinamentos oferecidos pelas instituições de ensino, muito é cobrado do professor quanto à qualidade de seu ensino, mas pouco ou quase nada, é discutido sobre a qualidade ou interesse dos jovens que adentram o ensino superior. Esta discussão, quando muito, fica restrita aos corredores, entre professores e termina tão rapidamente como começou, já que o entendimento e compreensão desse fato, foge do escopo do professor e de seu conteúdo programático.

Eu sei quem sou, da onde vim e para onde desejo chegar. Mas todos os anos, cada leva de novos alunos são pura abstração e incógnita, que estes mesmos conteúdos não conseguem cobrir. Percebo que nesses mesmos quase cinco anos, que minhas turmas, já que dou aula para os primeiros períodos, e invariavelmente, abro o semestre dando sua primeira aula (daí, o tamanho de minha responsabilidade), são mais ou menos heterogêneas, e em alguns casos, até mais homogêneas, por sinal. Fato este que me obriga a ser rápido o suficiente para adaptar meu conteúdo a cada turma/disciplina.

Isto é um lado da questão. E eu só posso falar por mim. O outro, é o lado da imprevisibilidade que engloba a qualidade do alunado que senta nos bancos/pranchetas do ensino superior. A formalização dos conteúdos programáticos inclusos nos planos de ensino, não dá a medida exata da multiplicidade dos alunos de uma instituição de ensino superior. 

A formação pregressa desses alunos, sua situação familiar, social, econômica e política é uma incógnita quase eterna, que só vai se delineando ao longo dos anos. E isso só acontece se você tiver uma relação mais estreita com seu alunado, de forma à conhecer todos. O que, por fim, se torna quase que uma tarefa impossível. 

Neste meio tempo, os alunos vão se organizando em grupos, com maior ou menor afinidade (de todos os tipos e matizes), que se ajudam ou se repudiam (nos casos mais extremos); e alguns alunos, naturalmente, se tornam líderes para o bem e, até para o mal. Esta última, por sinal, é uma atitude que, para mim, soa muito estranha, já que fico imaginando o que passa pela cabeça de um aluno vir a uma faculdade para criar discórdia, enfrentar o professor, atrapalhar o andamento de uma aula, e, por conseguinte, de todo um semestre, pelo simples bel prazer de ser capaz de fazer isso?

Caráter é algo que não se ensina em uma faculdade. No máximo, se molda e se orienta para a vida profissional.

Os professores acabam tendo seu papel de referencial cobrado diariamente, sendo postos em cheque nas mais variadas situações. Mestres da vida e do ensino, por mais humanos e imperfeitos que sejam. Por fim, minha aluna do primeiro período tem razão: uma boa aula não depende somente do professor, mas também, e principalmente, do aluno, seu interesse e vontade de aprender e dialogar com o professor. Um boa aula se resume a isso: diálogo!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

sexta-feira, 3 de abril de 2015

mUqueca!

Em 03/04/2015:

Como dizemos aqui no ES, principalmente na Páscoa:

"Muqueca é capixaba! Pois o resto, é peixada!". E não adianta dizer o contrário.
Tem que ser feita aqui em Vitória e na região da Ilha das Caieiras...
Feliz Páscoa para todos!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Dois "Ls"

Em 02/04/2015:

"Luiz e Lucas...Nome de rei e nome de santo.
Décima segunda letra do alfabeto.
Metade do caminho...

Jovens crianças, meninos de meu irmão.
Crias da alegria de meus pais, seus avós.

Loirinhos como o sol,
espertos como passarinho.

Rápidos, ligeiros e falantes.
Sempre com novidades,
Mesmo que elas nunca sejam ditas.

Os vi crescer. Os vejo envelhecer.
Amadurecer os ossos e engrandecer o espírito.

Futuro dos pais,
Alegria do tio.

Grandes-pequenos meninos-homens..."

Eu, Luiz, Lucas (careteiro) e o "passarinho".



domingo, 29 de março de 2015

Gênese da arquitetura

Em 29/03/2015:
"Arquiteturas nascem do olhar do arquiteto que tudo vê e sente.
Ver e sentir devem fazer parte do arquiteto.
Ser arquiteto está  além da arquitetura, e a arquitetura é algo além.
Criar arquitetura se origina no que está além, no olhar e sentimento do arquiteto.
Deve ser ele sensível ao que está ao seu redor, ao que o cerca, ao que apreende pelo olhar e sentimentos.
Do arquiteto se espera que traduza o que vê e sente em arquitetura. Por isso que a arquitetura está além...
Arquitetura não possui um princípio físico; está além...
É anterior e interior".

Toninho comilão

Em 29/03/2015:
"Toninho é comilão!
Come tudo,
comepedra,
comechão!
Quando põe batonzinho de  chocolate na boca,
Transforma tudo em diversão.
Sorriso grande.
Dentes sujos de chocolate.
Olhos vivos e brilhantes.
Carinho de criança
Que cansa a gente mais velha.
Cansa o Elvis, o  cachorrinho,
Pula-pula novinho que gosta de brincar de bolinha de papel.
Toninho é igualzinho ao Elvis,
Só não tem pêlo e nem focinho.
Mas quer sempre brincar e chamar a atenção".
Antônio "toninho" Cesar; meu sobrinho mais novo, filho de meu irmão do meio.

sábado, 28 de março de 2015

Pingo no mundo

Em 28/03/2015:

"O que tenho eu para fazer?
Perante o mundo, sou um pingo!
Não faço chover...
Mas, posso acumular vontade,
Conhecimento,
Sabedoria,
Atitude,
E disseminar o pingo por aí...".

Traições

Em 28/03/2015:

"A cada traição acometida, o mundo diminui um pouco mais".

sábado, 21 de março de 2015

Composição.Plástica.Tridimensional...



Aula de Composição Plástica Tridimensional. CAU-FAACZ, turma 2015 (20/03/2015). Materiais de desenho, pintura, técnicas em papéis diferentes, expressões, DNA do Arquiteto... Imagens tiradas e editadas pela Profa. Graça Boina com câmera digital.

Lembrança de um dia cheio de perguntas, risos, descobertas compartilhadas com os alunos do primeiro período de Arquitetura e Urbanismo da FAACZ e minha colega Profa. Graça Boina...Que seja sempre assim...descobertas!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Fim

Em 18/03/2015:

"O fim não é o fim das coisas.
É prenúncio de algo que estar por vir.
Um recomeço,
Renovação,
Novidades.

O fim não se esgota em si.
Alimenta a esperança e o espírito da vida.

A vida se faz entre os extremos: o começo e o fim.
Pontos de uma mesma linha que pode ser reta ou tortuosa.

Tudo na vida tem seu alfa e seu ômega.
E o próprio fim é por fim, o princípio do recomeço."

domingo, 15 de março de 2015

Cidade das vaidades

Em 15/03/2015:

Os que me conhecem sabem da minha posição crítica quanto às ingerências dos governos políticos que assumem e assumiram o poder em nosso País. Estas ingerências administrativas, econômicas e políticas afetam diretamente o espaço urbano, palco da própria atuação política de uma sociedade democrática. 

A polis é o espaço histórico da voz pública, do cidadão se expressar, na origem do termo grego. Ao mesmo tempo, pelo legado histórico romano, é a reunião dos cives que constroem a civitas (CACCIARI, 2009, p. 10). A cidade, por fim, nestas primeiras décadas do séc. XXI foi retomada como lugar das manifestações públicas da população, de cidadãos comuns ao invés de grupos específicos, segmentos ligados lutas sociais, trabalhistas, ideológicas, etc. 

A falta de representatividade perante os governos, o poder legitimado pelo voto, vem criando nestes últimos anos uma sociedade descolada da política, que absorta no seu dia a dia, abre mão de seu poder de vigília e de conscientização em seu papel na democracia. Rompantes de democracia, de legitimação popular vêm acontecendo sem rumos e discursos definidos; em posições ditas políticas limitadas à ocupação dos espaços públicos por manifestações "espontâneas", seja qual for o direcionamento político que domine estas vozes, ou, como mais recentemente, o cartaz que cada um carrega como sua cruz pessoal, que precisa ser apresentada e, de alguma forma, resolvida pelo poder vigente. Na mesma medida em que o poder contemporâneo se fragmenta ao longo da extensa burocracia, a representatividade e o poder de decisão popular também se fragmentam nas extensas e conectadas redes sociais, que vêm mobilizando milhares, seja para um "flah mob" ou para manifestações contra governos, políticos, a economia, o problema de minha rua... Manifestações tão instantâneas como são suas criações e, tão turvas em seu discurso (se é que há algum) como são seus criadores em sua origem política. 

Prenuncia-se, há muito, que as redes são os novos fóruns e ágoras, os lugares de encontro dos cidadãos, que culminam, quando da necessidade, no espaço público real. Mas esquecem-se (ou nunca souberam ou procuraram saber) que nesses espaços, o debate era objetivo e direto, onde a retórica, em forma de oratória era o meio de se defender as ideias. O debate se escasseou ao ser trocado pelas convocatórias on-line para ocupar as ruas; a ponderação, sobre a qual discutia há pouco com um colega, não é mais posta como suporte à discussão. Ir à rua, mostrar minha cara e indignação é a forma política de me expressar, seja lá o que dê isso no final. 

A polarização política que assumiu o Brasil nos últimos anos, marcada nesta última eleição presidencial de 2014, mostra a falta de discurso e propostas claras, tanto dos ditos partidos de esquerda como os ditos de direita; "ditos", pois assumem discursos quase próximos, e para sua manutenção ou alavancamento ao poder, fazem alianças políticas nunca antes pensadas em suas origens. O poder é o fim e não o meio, por estes caminhos assumidos. Sem o poder, não se consegue a atuação política, enquanto as ideias, propostas, projetos ficam para depois do poder. Manipula-se a população por todos os lados e matizes políticos para manutenção política; incute-se na vaidade pessoal de cada um, o seu papel de cidadão. Levantar a bandeira do Brasil, gritar palavras de ordem, pintar a cara e pedir mudanças na política, no governo, no governante, no regime político não é mais coisa de direita ou esquerda. É coisa do próximo Twitter! Ou grupo do Whatsapp, Facebook [...] As atuais manifestações de rua são eventos meramente sociais, uma forma de ocupar o espaço público tão distante do dia a dia e tão diferente e incomum da vida on-line comum. Mas o alcance político vai depender da vontade da política...

A jovem democracia brasileira, como já apontaram alguns, ainda não aprendeu a votar e não aprendeu com a história e seus erros. Tiram-se e colocam-se governantes pelo voto, mas esquecem do poder do voto na hora do voto. E os partidos jogam a história pelo ralo para reinventar a mesma, moldá-la ao seu poder. A esquerda parou no tempo; é verdade que em um tempo em que ainda havia discurso, mas, não aprendeu a reinventar seus discursos (ao invés da história), suas propostas para a sociedade que muda a passos largos. A direita, pelo contrário, nunca precisou mudar, pois sempre será a oposição estática em sua origem. A população, sem muitas opções, vota no "menos pior" ou na loteria para ver o que dá. O debate político se resume a ataques pessoais que dão mais mídia do que um chato fórum de ideias.No final, vamos para a rua no domingo, porque é dia sagrado do descanso e do lazer!         




sexta-feira, 13 de março de 2015

Mestres e pupilos

Em 13/03/2015:

"O pupilo, se quer ser igual ao seu mestre, precisa ser melhor que ele, pois o mestre, um dia, já foi pupilo de outro igual".

Na tela, o Prof. Dr. Helder A. Carita Silvestre, direto de Portugal, participando via Skype, da banca de Mestrado (PPGAU-UFES/março de 2015) do Arquiteto Felipe Bosi.