O povo brasileiro está mesmo carente de referências ou não tem a mínima noção do conceito de herói, quando atribui ao primeiro que aparece, defendendo a bandeira da moral e ética, a alcunha de herói...continuamos um país subdesenvolvido, tacanho moralmente e pobres culturalmente quanto aos nossos referenciais.
A juventude elege pseudo-líderes que se apoiam na fragilidade social do país que quer ter seus problemas resolvidos a qualquer custo, mesmo às custas da lei e dos direitos garantidos. Esses "líderes" se aproveitam de sua exposição massificada nas mídias, as quais não aprofundam o debate e não expõem, realmente, quem são esses eleitos. Se vê e se vende a superfície. A capa do herói. E não suas reais intenções ou interesses.
Nos tornamos um país sem projeto, sem futuro a não ser do meu eu individual. Não somos uma sociedade de indivíduos pensantes, mas, coletivos de interesses próprios com mais ou menos força política e de voz. Nossa jovem democracia continua sendo feita por remendos, por puxadinhos sem projeto. Nossa cultura não privilegia o outro, mas, a massificação feita para dar lucros como produto de consumo. Ou seja, pobre em conteúdo e reflexão. Isso se espelha na forma como lidamos com a política: a preguiça do pensar, refletir e criticar é patente nas escolhas que temos de nossas lideranças. Pessoas que não são chefes de nada, mas representantes. Mas se a representação não existe pela enorme diversidade de coletivos e individualidades, então, como esses líderes serão cobrados? Não serão! Estão soltos dentro do sistema alimentando-o e se alimentando dele.
Se já era ótimo uma sociedade não-pensante, uma agora fragmentada ou mesmo polarizada é melhor ainda. As polarizações retomam seu lugar na história: dominantes e oprimidos, direita e esquerda, capitalismo e socialismo...o discurso é tão raso, que não há mais possibilidade do debate, pois posições se tornaram artilharia para ofensas. Cegam-se os olhos por interesses ou por ignorância. Enquanto se perde tempo com ofensas, outros, ganham terreno sobre a economia, os direitos e a liberdade. Pano de fundo para fascismos de todas as matizes e credos. Reais, encobertos, sublimados ou até, se é que isso existe, inocentes.
Reinventar o Brasil, se tornou uma necessidade. Reconstruir sua história futura a partir de seu passado, uma urgência! Mas, difícil será, com a história presente a qual vivemos...
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