quarta-feira, 24 de junho de 2015

A morte da cidade?



Em 20/06/2015: 

Em recente artigo publicado em A Gazeta, na seção Opinião de 17 de Junho do corrente ano, falou-se da “Morte da cidade”. Não, não... A cidade não está morta, e sim, viva e pulsante, e cheia de contradições. Engana-se o colega arquiteto ao declarar a morte do urbanismo pela preservação ou criação de áreas verdes, em detrimento do crescimento urbano. Ambas, nos dias atuais, são essenciais à vida urbana, ou urbanidade que tanto defende o colega.
Até a Idade Média, as cidades europeias que posteriormente nos originaram culturalmente e urbanisticamente, tinham a natureza como elemento estranho à vida urbana, misteriosa, espaço extramuros do temor e do sagrado. A descoberta do Novo Mundo das Américas traz um novo olhar sobre a natureza: do Jardim do Éden bíblico, para onde o homem, por direito, deveria retornar. Este retorno foi, primeiramente, pela conquista, seguido do domínio e, posteriormente, do controle e exploração. Nos dias atuais, esta sequência da preponderância do homem sobre a natureza alcançou níveis alarmantes de degradação do meio ambiente, fato exaustivamente debatido nas últimas décadas.
O arquiteto italiano Renzo Piano, em seu livro Renzo Piano: sustainable architectures = arquitecturas sostenibles, de 1998,  defende que a cidade é, na verdade, uma segunda natureza, própria do homem, mas indissociável da primeira e originária. A cidade como segunda natureza só é possível se ela for uma interpretação da primeira, segundo o autor. Preservar o ambiente não atrapalha a urbanidade. A natureza completa a cidade e sua arquitetura; dá sentido a existência de ambas, já que a natureza foi sua origem, historicamente.
O que mata a cidade são planos diretores urbanos que não entendem as peculiaridades de cada região, de cada cidade e seus lugares. Que transformam a cidade em um mapa plano, objeto sem fisicalidade, passível de ter zoneamentos copiados de um plano a outro, de forma indiscriminada e irresponsável. A natureza, ou o meio ambiente natural e humano-construído está além dos planos diretores. É parte de nossa história urbana, de nossa origem como humanos e deve ser preservada para que possamos chamar nosso lar de cidade.   

Vista, em um dia nublado, da Grande Vitória, a partir do mirante do bairro Conquista (2005)



sexta-feira, 19 de junho de 2015

Reencontro (poema para Regiane)

Em 17/06/2015:

Reencontrei você!
Onde você estava?
Mesmo longe, mas não distante,
Sabia de você.
Outros me falavam e eu ouvia.
E sabia!
Sabia que estavas lá, mesmo eu aqui.
Seu mundo fazia parte do meu
Fez no início e faz agora.
Distante não estavas.
Somente estavas lá e eu aqui.
A distância não é longe perto de ti.
Te reencontrei e me reencontrei, ao mesmo tempo.
Estava longe de meu centro, mas reencontrei!


sábado, 13 de junho de 2015

sábado, 6 de junho de 2015

Tardes de Outono

Em 06/06/2015:

"Sempre gostei do Outono.
Nasci em Abril,
Latitude 21 graus, 19 minutos, 10 segundos. Sul. Na madrugada.
Meus primevos meses, foram outonais!

Dias ensolarados,
Às vezes nublados,
Às vezes chuvosos,
Às vezes frios...Prenúncio do inverno...

Mas lembro e sempre lembro
Das tardes amenas,
Do Sol inclinado e céu iluminado,
Uma luz diferente
Opaca, às vezes...
Que atenuava o dia e o deixava misterioso.

Período de renites,
mas a genética não é perfeita.
Tem que ser atenuada,
Igual às tardes de Outono".


Eu!