Um eu da alma... Pequenos textos, poesias, pensamentos autorais de arquitetura, cidade, outros... by Fabiano Vieira Dias
sábado, 13 de maio de 2017
domingo, 30 de abril de 2017
A Pós-verdade e a Pós-arquitetura
Em 29/04/2017:
Nesses primeiros quinze anos do séc. XXI, um termo caracterizou a propagação de informações nas mídias tradicionais (jornais, TV's etc.) em maior grau, e não tão menor nas mídias virtuais (rede sociais, sites, blogs etc.) onde ainda a mídia tradicional influencia: a Pós-verdade.
O termo é definido pelo Oxford Dictionaries como algo "que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e as crenças pessoais" (FABIO, 2016).
Ou seja, a concretude dos fatos apurados e investigados, reais, mesmo interpretados, vale menos do que a opinião pessoal de indivíduos ou de grupos de indivíduos que se reúnem em torno dessa mesma opinião ou crença.
Penso que, isto posto, há nesses últimos anos, quase de forma paralela, uma possibilidade de se estabelecer correlações éticas desta Pós-verdade na produção da arquitetura atual, como reflexo cultural dentro de uma caracterização ou definição que possamos chamar de Pós-arquitetura.
A Pós-arquitetura se estabelece, para o bem e para o mal, de Pós-verdades. Essas Pós-verdades arquitetônicas tem sua origem, mas não culpabilidade, nos processos e metodologias de desenho virtual computadorizado, que abriram um leque de inúmeras possibilidades do ato do projetar arquitetônico, libertando-o do processo anterior, quase que manufatureiro, de se desenhar tecnicamente as peças gráficas de arquitetura à mão sobre o papel, processo muito individual de característica autoral, para a transformação desse processo real e físico em processo virtual, através de softwares de desenho bi e tridimensionais.
A produção de desenhos virtuais, armazenados agora em arquivos também virtuais e compartilhados do mesmo modo, além do fato da padronização técnica e estética dos desenhos induzidas pelas facilidades da otimização do tempo de produção dos desenhos pelo computador, levam ao (quase) anonimato autoral, fato esse, que nos dias atuais assumiu status de desregulamentação do ato original de criação e a regulamentação, de forma velada, da cópia indiscriminada e o plágio, já que a autoria, ou a verdade, não importa mais ou não possui mais valor real.
(Esse texto é uma pura e simples conjectura sobre a relação do tema da Pós-verdade e o que chamo de Pós-arquitetura - algo a ser mais desenvolvido posteriormente).
sábado, 29 de abril de 2017
A vida, o tempo e a bicicleta nova
Em 29/04/2017:
"
Filosofia barata: A vida, que é regida pelo tempo, é igual a uma bicicleta nova: no começo, você evita os caminhos tortuosos para não estragar os pneus e afrouxar os parafusos, mas em certos momentos, suas escolhas é que dirão como você quer manter sua bicicleta ainda nova"
Filosofia barata: A vida, que é regida pelo tempo, é igual a uma bicicleta nova: no começo, você evita os caminhos tortuosos para não estragar os pneus e afrouxar os parafusos, mas em certos momentos, suas escolhas é que dirão como você quer manter sua bicicleta ainda nova"
sábado, 11 de março de 2017
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
da Vida-lixo para o mundo-lixo
da Vida-lixo para o mundo-lixo...Montaner e Muxí (2014, p. 108-109):
"Somos dominados pelas forças de vida provocadas pela sociedade de consumo, sem imaginação nem memória, em que se é alguém na medida em que se possui carros e motos, televisores e antenas parabólicas, computadores, telefones celulares e videogames. Um mundo-lixo pensado para ser usado e jogado fora; um mundo-lixo que se alimenta da fome de camponeses asiáticos e americanos, da morte de africanos nas guerras latentes e ocasionadas pelo poder de extração de minerais imprescindíveis para a nossa modernidade tecnológica, cujo lixo altamente poluente vai parar muito longe de nossos olhos, arruinando vidas e paisagens longínquas".
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
"Gente do bem"
Em 09/02/2017:
O quanto você é "gente do bem" está inscrito no limite de sua ética. E qual seria ela?
O quanto você é "gente do bem" está inscrito no limite de sua ética. E qual seria ela?
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Humanidade (Moral), Diderot [8, 348]
"Humanidade é um sentimento de benevolência por todos os homens que somente se inflama numa alma grande e sensível. Esse nobre e sublime entusiasmo atormenta-se com os sofrimentos dos outros e a necessidade de aliviá-los; desejaria percorrer o universo para abolir a escravidão, a superstição, o vício e o mal.
Ele esconde-nos os erros de nossos semelhantes ou nos impede de senti-los. Mas nos torna severos para com os crimes: arranca das mãos do celerado a arma que seria funesta ao homem de bem. O que ele faz não é nos afastar de elos particulares, mas, ao contrário, torna-nos amigos melhores, cidadãos melhores, esposos melhores. Ele se apraz em expandir-se pela benevolência em relação aos seres que a natureza aproximou de nós. Vi essa virtude, fonte de tantas outras, em muitas cabeças e em poucos corações".
Tradução de Thomaz Kawauche
Fonte: Verbete integrante da Enciclopédia - Volume 5, de Diderot e d'Alembert, organização Pedro Paulo Pimenta e Maria das Graças de Souza. São Paulo: Editora Unesp, 2015, pág. 72.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
Papel de professor
Em 30/02/2017:
Cada vez mais percebo que, enquanto professor de arquitetura e urbanismo, tenho a responsabilidade de instigar e questionar meus alunos sobre que arquitetura eles desejam fazer. Será uma arquitetura inclusiva ou excludente? Isso dirá muito sobre o caráter da cidade que eles construirão.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Origens do discurso estético de direita x esquerda
Em 25/02/2016
Por conta de uma postagem que fiz, no dia 24/02/2016 sobre a questão estética de direita que o Sr. Dória, prefeito de São Paulo, representa, recebi um comentário pertinente de um colega professor, de orientação política de direita, mas que é contrário à posição arrogante do prefeito Dória com relação aos grafites apagados das ruas de São Paulo. Para dirimir qualquer dúvida do que eu escrevi e por ter sido questionado pelo colega, respondi-o nos comentários para explicar o que havia postado (de forma curta e grossa, admito!). Por orientação de uma amiga arquiteta, transformei o comentário em uma postagem, que segue abaixo (mas editada para esse fim):
"Esqueça qualquer discurso marxista ao qual pareça o que vou escrever, mesmo que as bases históricas críticas quanto a isso sejam marxistas. Mas as origens modernas da direita e da esquerda vieram do embate entre os novos direitos conquistados pela burguesia, em meados do séc. XIX, sendo de um lado, uma parte dessa burguesia com dinheiro mas sem status de nobreza, e de outro, uma burguesia que via em sua posição a possibilidade de melhorias nas condições sociais e de trabalho. Um novo status carece de uma estética que a represente. De um lado, pode ser imposta como uma emulação de uma nobreza nunca alcançada mas desejada, e de outro lado, uma construção entre pares ou mesmo diferentes, ou seja, uma construção social. O que se propõem Dória, e os que ele representa, é uma imposição de gosto pessoal, um status de uma nobreza que nunca será alcançada, ao invés, por exemplo, na gestão do Haddad (e de outros anteriores) onde o grafite, como exemplo estético de nossa discussão e enquanto reconhecido pelo poder público, foi uma construção social, buscando em sua essência a beleza para uma cidade historicamente e metaforicamente cinza. Não foi decisão imposta, e sim, conversada e levada a cabo (soube que até houve uma resistência inicial quanto a isso na gestão do Haddad, mas que viram o erro que cometeriam em negar essa parcela da cidade). Sei que nisso vc concorda comigo, pois conheço sua atitude rock'roll, que os "pichos" são expressões de uma juventude sem voz. E quando a gente se lembra disso, de vários que foram negados a cidade, apagar sua voz, calar sua arte beira o crime. Já que ele gosta tanto do Romero Brito e sua arte de capa de caderno, não custava nada (em termos...) dar a ele um espaço na cidade para pintar, como foi o Kobra no Rio de Janeiro. A imposição do gosto da direita que assumiu o mando de SP é a marca de uma imposição de voz, do que a marca de uma construção de vozes".
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Vida em dobro
Em 13/01/2017:
"A cada ano que passa
Desejo viver o dobro de minha experiência.
Pensando assim,
A vida nunca passará."
"A cada ano que passa
Desejo viver o dobro de minha experiência.
Pensando assim,
A vida nunca passará."
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