domingo, 17 de abril de 2016

impeachment e a cultura arquitetônica (ou a falta dela)!

Em 17/04/2016. 

Escrevo durante o processo de Impeachment da Presidente Dilma, ou, como prefiro chamar, da sociedade brasileira. Até esses últimos dias, toda a virulência, ódio, agressões verbais (que são físicas também, pois afetam, você) por parte dos que se opõem ao governo de então, não tinham me afetado, diretamente. Absorvia sem sofrer. Mas, um fato em especial, ocorrido no dia 15/04 me fez literalmente ficar em mal estar. 

Vinha postando em minha pagina do facebook (https://www.facebook.com/FABIANOVDIAS), ao longo da semana, vários videos de arquitetos-urbanistas, referências em nossa profissão, que são contra o impeachment, entre eles, os videos de Abilio Guerra, Erminia Maricato, Bruno Santa Cecília, Sylvio de Podestá, Renato Cymbalista, Flavio Villaça, Marcelo Ferraz, Nabil Bonduki, Raquel Rolnik, entre tantos outros que fazem da cidade o seu discurso sobre a arquitetura. 

Historiadores, arquitetos projetistas, pesquisadores, professores (praticamente todos), que com seus escritos vêm nos últimos anos nos ensinado a ver a cidade como espeço democrático, de uma forma ou de outra. Em um dos primeiros videos postados, o da professora e reconhecidíssma arquiteta Raquel Rolnik, foi onde o mal-estar me atingiu. 

Vi, de forma assustada, uma série de comentários em seu post do vídeo, vídeo este, advindo da página "Arquitetos pela Democracia" (https://www.facebook.com/arqpelademocracia) e produzidos pelo SASP (sindicado de Arquitetos de São Paulo). Esse comentários, em quase sua totalidade eram de cunho ofensivo a pessoa de Raquel Rolnik, arquiteta, Doutora, professora, autora de vários livros sobre cidade e urbanismo, consultora da ONU, chamando-a de "arquiteta frustrada", "quem essa Raquel?", "seus óculos vermelhos só fazem ela enxergar vermelho" e tantas outras pérolas, que deixaram de ser pérolas para se tornarem textos agressivos, de ódio e, principalmente de pura ignorância que beira a burrice, pela tamanha falta de cultura arquitetônica. 

Falo isso, pois a grande maioria dos que postaram textos agressivos e ou sem nenhuma noção de quem estavam insultando, eram, por fim, arquitetos-urbanistas tanto de faculdades particulares como de federais. Simplesmente, desconheciam quem era Raquel Rolnik. Nesse momento, o meu mal-estar foi exatamente por isso: primeiro pela ignorância das atitudes de arquitetos que se dizem urbanistas, ou, que pelo menos em seus títulos carregam a alcunha como tal. Ser arquiteto-urbanista é ser democrático e pensar de forma democrática o espaço urbano. É não pensar a arquitetura enquanto objeto isolado, sem contexto ou relação com a cidade. É pensar a cidade e seus lugares. É assim que Raquel Rolnik pensa a cidade, principalmente em seu último livro "Guerra dos lugares" (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titulos/visualizar/guerra-dos-lugares), para quem é hoje, assessora mundial da ONU sobre cidades. 

Não sei o que tem se ensinado nas faculdades e universidades de arquitetura, mas me orgulho de minha formação na UFES, onde fui introduzido às questões sociais que envolvem nossa alcunha de urbanistas, e me orgulho ainda do que nossos professores de urbanismo do curso de arquitetura e urbanismo da faculdade onde leciono vem ensinado ao nossos alunos. Não somos desenhadores de objetos, mas fazedores de relações com a cidade.


O vídeo da Raquel : https://www.facebook.com/arqpelademocracia/videos/107031059700759/

E abaixo, print dos comentários do mesmo (só para ilustrar o tamanho e quantidade de comentários):

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